O Prefeito foi tirar ouro do nariz
Apresento uma tese ou hipótese: o fato de o Prefeito ter abandonado a cidade foi a senha que desatou, em todas as classes sociais, um demônio dentro, que estava semiadormecido. Foi quase um ato, inconsciente e inconsequente, de “vingança” ao Prefeito. E, por extensão à cidade. [...]
Prêmio Nobel para um índio que protege a Amazônia
Raoni é um cacique caiapó. Um brasileiro autêntico. Brasileiro é o único gentílico de nome que se assemelha a uma profissão: aquele que carrega o pau-brasil às costas. Hoje, não há mais pau-brasil. Amanhã, pode não haver mais Amazônia.
Uma proposta está sendo avivada, com apoio da Fundação Darcy Ribeiro, para que o Brasil, finalmente, consiga um Nobel. O Nobel da Paz para Raoni, 89 anos, que fez da luta pela Amazônia a razão de ser de sua vida [...]
A floresta e a arte estão, hoje, de luto
Krajcberg nasceu em 1921. Ouvi Krajcberg dizer que ele seria o último sobrevivente com este sobrenome no mundo. Possivelmente, sim. Sua família foi dizimada na Segunda Guerra Mundial, durante o massacre nazista. Ele decidiu não ter filhos. Deixará como legado milhares de troncos calcinados, pintados em urucum vermelho, contorcidos pela assimetria ou pelo acaso que marcam a natureza (e transformados, por sua mão faber, em obras de arte). Deixará também moldagens em relevos e fotografias de galhos, flores e queimadas – espécie de acervo bruto de onde nasce sua obra escultórica. [...]
Um modelo sem sentido na Amazônia
Um homem e um país podem cometer suicído? Podem. No mesmo dia do suicídio de Vargas, 24 de agosto, o Diário Oficial da União publicou decreto do Executivo extinguindo, na Amazônia, a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), criada em 1984 pelo presidente Figueiredo. A area de 47 mil km2 tem o tamanho do estado do Espírito Santo ou mais de duas vezes o tamanho de Israel.[...]
OUTROS AUTORES
The Poet’s Finale: A conversation with Leonel Kaz about Ferreira Gullar’s last works
The final oeuvre of poet Ferreira Gullar (1930-2016), the author of the “Manifesto Neoconcreto” (1959) that enraged academics but was hailed by forward-thinking visual artists, is on show in São Paulo’s Dan Galeria.[...]